Winter Ice - Arseny Ivanovitch 1834 - 1902


As ordens da madrugada romperam por sobre os montes:
nosso caminho se alarga sem campos verdes nem fontes.
Apenas o sol redondo e alguma esmola do vento
quebraram as formas do sono com a idéia do movimento.
Vamos a passo e de longe; entre nós dois anda o mundo,
com alguns vivos pela tona, com alguns mortos pelo fundo.
As aves trazem mentiras de países sem sofrimento.
Por mais que alargue as pupilas, mais minha dúvida aumento.
Também não pretendo nada senão ir andando à toa,
como um número que se arma e em seguida se esboroa,
- e cair no mesmo poço de inércia e de esquecimento,
onde o fim do tempo soma pedras, águas, pensamento.
Gosto da minha palavra pelo sabor que lhe deste:
mesmo quando é linda, amarga como qualquer fruto agreste.
Mesmo assim amarga é tudo que tenho entre o sol e o vento:
meu vestido, minha música, meu sonho e meu alimento.
Quando penso no teu rosto, fecho os olhos de saudades;
tenho visto muita coisa, menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos tristes, dos sonhos claros que invento.
Nem aquilo que imagino já me dá contentamento.
Como tudo sempre acaba, oxalá seja bem cedo!
A esperança que falava tem lábios brancos de medo.
O horizonte corta a vida isento de tudo, isento…
Não há lágrima nem grito: apenas consentimento.


Marcha - Cecília Meirelles

Something About Christmas Time



It's been too many nights of being with you, to now be suddenly without you.

O Amor é como o vento...

Love is like the wind. You cannot see it but you can always feel it.
Ontem vi o filme A Walk to Remember (2002). Mexe com os sentimentos das pessoas e, comigo em especial, mexeu bastante. Confesso que derramei algumas lágrimas.
No fim, este filme diz-nos o quê? Diz-nos aquilo que, afinal, é o AMOR.
O amor é como o vento. Não se vê, mas sente-se.
E diz mais o quê? Que, afinal, não se escolhe a pessoa que vamos amar, o amor surge naturalmente, não se escolhe amar. Não se aprende a amar. E pensar que há quem discorde...há quem diga que se aprende a amar...mas não, não se aprende a amar, aprende-se a gostar, jamais se aprende a amar.
Não se escolhe a pessoa objecto do nosso amor...se assim fosse, tudo seria tão fácil, pois que, se houvesse então possibilidade de escolha, também sería fácil deixar de amá-la.
Mas...isso não seria AMOR, verdade?

We've got tonight

Alma Guerreira (Fogo)


Le Poème de l'âme - L'Idéal - Anne François Louis Janmot (1814-1892)


À volta desta fogueira
todos saltam, todos dançam, todos gritam;
e nesta dança guerreira
todos temem, ninguém foge, todos ficam.

E não há luar
mas vou ficar,
ficar por ti, por ti,
por ti meu amor,
o pranto sequei e à volta da fogueira,
entrei na dança guerreira
e me enfeiticei...

À volta desta fogueira
todos saltam, todos dançam, todos gritam;
e nesta dança guerreira
todos temem, ninguém foge, todos ficam.

Tu, tu vais ficar e vais dançar
porque sem ti, sem ti,
sem ti meu amor eu não vejo o céu,
apaga-se a fogueira que esta dança guerreira
em mim acendeu.

-João Mendonça (Poeta Português)-

A fome do primeiro grito

LOVE - Gustav Klimt


Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água desejasse

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há um tempo.
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero


Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez
e mais atento.

-Hilda Hilst-

Kiss of Life -Sade

Só pelo amor vale a vida!


-Orison Swett Marden-

POESIA

Peace - CHASSÉRIAU, Théodore (1819-1856)

Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia desse momento
inunda minha vida inteira.

-Carlos Drummond de Andrade-

Dá-me lírios

Le Poème de l'âme - Souvenirs du ciel - Anne François Louis Janmot (1814-1892)

Dá-me lírios, lírios,
E rosas também.
Mas se não tens lírios
Nem rosas a dar-me,
Tem vontade ao menos
de me dar os lírios
E também as rosas.
Basta-me a vontade,
Que tens, se a tiveres,
De me dar os lírios
E as rosas também,
E terei os lírios-
Os melhores lírios-
E as melhores rosas
Sem receber nada,
a não ser a prenda
Da tua vontade
De me dares lírios
E rosas também.


-Álvaro de Campos (Pessoa: 1888-1935)-

Soneto III

Moonlight by a river - Kamenev, Lev Lvovic 1833 - 1886

Aspero amor, violeta coronada de espinas,
matorral entre tantas pasiones erizado,
lanza de los dolores, corola de la cólera,
por qué caminos y cómo te dirigiste a mi alma?

Por qué precipitaste tu fuego doloroso,
de pronto, entre las hojas frías de mi camino?
Quién te enseñó los pasos que hasta mí te llevaron?
Qué flor, qué piedra, qué humo mostraron mi morada?

Lo cierto es que tembló la noche pavorosa,
el alba llenó todas las copas con su vino
y el sol estableció su presencia celeste,

mientras que el cruel amor me cercaba sin tregua
hasta que lacerándome con espadas y espinas
abrió en mi corazón un camino quemante.

-Pablo Neruda-

Love Me Tender by Cage in Wild at Heart

Um dos meus filmes preferidos. Este filme evoca o amor na sua grandeza, uma história de amor verdadeiro e que resiste a tudo...

Navio naufragado

Moonlit Seascape With Shipwreck - Aivazovsky, Ivan Constantinovich

Vinha de um mundo
Sonoro, nítido e denso.
E agora o mar o guarda no seu fundo
Silencioso e suspenso.

É um esqueleto branco o capitão,
Branco como as areias,
Tem duas conchas na mão
Tem algas em vez de veias
E uma medusa em vez de coração.

Em seu redor as grutas de mil cores
Tomam formas incertas quase ausentes
E a cor das águas toma a cor das flores
E os animais são mudos, transparentes.

E os corpos espalhados nas areias
Tremem à passagem das sereias,
As sereias leves dos cabelos roxos
Que têm olhos vagos e ausentes
E verdes como os olhos de videntes.

-Sophia de Mello Breyner Andresen-

Água Morrente

Le Poème de l'âme - Le Passage des âmes - Anne François Louis Janmot (1814-1892)

Meus olhos apagados,
Vede a água cair.
Das beiras dos telhados,
Cair, sempre cair.

Das beiras dos telhados,
Cair, quase morrer...
Meus olhos apagados,
E cansados de ver.

Meus olhos, afogai-vos
Na vã tristeza ambiente.
Caí e derramai-vos
Como a água morrente.

-Camilo Pessanha, Clepsydra-

Noites são sonhos

Le Poème de l'âme - Le Vol de l'âme - Anne-François-Louis Janmot (1814-1892)

"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. Mas no fundo isso não tem muita importância. O que interessa mesmo não são as noites em si são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre. Em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado."

-Shakespeare-

II - GOSTO DE ...

Snow Scene - Aldrich, George Ames, 1872-1941


...NEVE

I - GOSTO DE ..

Coquelicots (Papoilas), Claude Monet

PAPOILAS
A Soul Brought to Heaven - Bouguereau, William-Adolphe

Once in a Million Years



sad

Where The Wild Roses Grow


They call me The Wild Rose
But my name was Elisa Day
Why they call me it I do not know
For my name was Elisa Day
From the first day I saw her I knew she was the one
She stared in my eyes and smiled
For her lips were the colour of the roses
That grew down the river, all bloody and wild
When he knocked on my door and entered the room
My trembling subsided in his sure embrace
He would be my first man, and with a careful hand
He wiped at the tears that ran down my face
...
On the second day I brought her a flower
She was more beautiful than any woman I'd seen
I said, "Do you know where the wild roses grow
So sweet and scarlet and free?"
On the second day he came with a single red rose
Said: "Will you give me your loss and your sorrow"
I nodded my head, as I lay on the bed
He said, "If I show you the roses, will you follow?"
...
On the third day he took me to the river
He showed me the roses and we kissed
And the last thing I heard was a muttered word
As he knelt (stood smiling) above me with a rock in his fist
On the last day I took her where the wild roses grow
And she lay on the bank, the wind light as a thief
And I kissed her goodbye, said, "All beauty must die"
And lent down and planted a rose between her teeth
...

- Nick Cave -
Ophelia - John Everett Millais

Deve chamar-se tristeza
Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa
Saudade que não deseja.

Sim, tristeza - mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a Ter.

Seja o que for, é o que tenho.
Tudo mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos ricas de pó.

- Fernando Pessoa -

...

Meditation - Pierre Cécile Puvis de Chavannes (1824-1898)


Numa sala de aula, havia várias crianças. A dada altura uma delas perguntou à professora:

- "O que é o amor"?

A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera. Assi, e como estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.

As crianças saíram apressadas e ao voltarem, a professora pediu à crianças que mostrassem o que haviam trazido.

A primeira criança disse: - "Eu trouxe esta flor, não é linda?"
A segunda criança falou: - "Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la na minha colecção."
A terceira criança completou: "Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho."

Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta todo o tempo. Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido. A professora dirigiu-se a ela, e perguntou:

- E tu, porque não trouxeste nada?

E a criança timidamente respondeu: - Desculpe, professora. Vi a flor e senti o seu perfume. Pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo.
Vi também a borboleta, leve, colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas, ao subir a árvore, notei o olhar triste da sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho.
Trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe?
A professora agradeceu à criança e deu-lhe nota máxima, pois ela fora a única que percebera que só podemos trazer o amor no "coração"!

Escrito por: (autor desconhecido)
Reverie - Maxfield Parrish (1870-1966)

No remedy for black hate?
Who says?
Just love
And love more,
That's all.

- Sri Chinmoy -
Anacréon arrachant une plume des ailes de l'amour - PAJOU, AUGUSTIN (1730-1809)


"Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte."

- Alexandre O'Neill -

"Sê"

Harvesting - Samuel Palmer (1805-1881)

Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser uma ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

- Pablo Neruda-

Máquina do Tempo

Penumbra - Frederick Hart (Lucite Sculptures)


O Universo

é feito essencialmente de coisa nenhuma.

Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.

Espaço vazio, em suma.

O resto, é a matéria.


Daí, que este arrepio,

este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,

esta fresta de nada aberta no vazio,

deve ser um intervalo.


-Alberto Caeiro-

Take this waltz

Le Poème de l'âme - Adieu - Anne-François-Louis Janmot (1814-1892)


Nos bosques, perdido, cortei um ramo escuro
E aos labios, sedento, levante seu susurro:
era talvez a voz da chuva chorando,
um sino quebrado ou um coracao partido.
Algo que de tao longe me parecia
oculto gravemente, coberto pela terra,
um gruto ensurdecido por imensos outonos,
pela entreaberta e humida treva das folhas.
Porem ali, despertando dos sonhos do bosque,
o ramo de avela cantou sob minha boca
E seu odor errante subiu para o meu entendimento
como se, repentinamente, estivessem me procurando as raizes
que abandonei, a terra perdida com minha infancia,
e parei ferido pelo aroma errante.

- Pablo Neruda -

SILENCE


Silence - Henry Fuseli (1741-1825)

Jewel - Foolish Games

A PAZ

Reflections - Frederick Hart (Lucite Sculptures)


A alva pomba da paz voou aos céus serenos.

Embaixo homens se agitavam
entre gritos e tiros.

Paquidermes mecânicos
sulcavam fossos
rasgando trincheiras.

Cansada de librar-se nas alturas
a pomba da paz
buscou na terra um pouso
e flechou
num vôo reto
rumo a uma coisa imóvel
hirta e muda no raso campo verde.

E pousou
calma e triste
sobre as mãos cruzadas de um cadáver.

-Menotti del Picchia-

Noite

The Bridge: Nocturne - Julian Alden Weir (1852-1919)

As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.
Todos os rumores são postos em surdina,
todas as luzes se apagam.

Há um grande aparato de câmara funerária
na paisagem do mundo.

Os homens ficam rígidos,
tomam a posição horizontal
e ensaiam o próprio cadáver.

Cada leito é a maquete de um túmulo.
Cada sono um ensaio de morte.

No cemitério da treva
tudo morre provisoriamente.


-Menotti del Picchia-
Constantinople Au Soleil Couchant - Félix Ziem (1821-1911)

Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.

-António Gedeão-

Eva Cassidy - autumn leaves

Sun Rising through Vagour - Joseph Mallord William Turner (1775-1851)


AMOR, agora nos vamos à casa

onde a trepadeira sobe pelas escadas:

antes que chegues, alcançou teu quarto

o verão nu com pés de madressilva.



Nossos beijos errantes percorreram o mundo:

Armênia, espessa gota de mel desenterrada,

Ceilão, pomba verde, e Yang Tsé separando

com antiga paciência os dias das noites.



E agora, bem-amada, pelo mar crepitante

voltamos como duas aves cegas ao muro,

ao ninho da longínqua primavera,



porque o amor não pode voar sem deter-se:

ao muro ou às pedras do mar vão nossas vidas,

a nosso território regressaram os beijos.



(Pablo Neruda)

Caravaggio

The Mountain Brook - Albert Bierstadt (1830-1902)

8

The Shipwreck - Ferdinand Hofbauer

8
borboletas filiformes sobrevoam estes regatos tardios
escondem-se nos torrões da terra lavrada e desovam
plátanos espalham folhas semelhantes a complicados mapas topográficos

mais além
um acampamento cigano

caminho para a noite mas não tenho frio
é só o início dum provável outono
o acampamento recorta-se em contraluz
quando agressivos insectos trabalham recantos nómadas da memória

os ciganos possuem a sabedoria dos fogos acesos ao entardecer
quem poderá afirmar que um deles
o mais jovem
não aprende o mistério das cartas?
ou a mágica vida das linhas da mão?
a essa hora transmite-se de pai para filho
a arte dos insuspeitos ofícios do coração

as casas surgem de repente iluminadas por dentro
a paisagem envolveu-se de solidão
pressinto a força perfumada da terra subindo
ao medo da recente noite

Al Berto
(de TRABALHOS DO OLHAR, 1979/82, in O Medo, Assírio & Alvim, 1997)

Ápice

The Hand of God - Rodin

O raio de sol da tarde

Que uma janela perdida

Reflectiu

Num instante indiferente-

Arde,

Numa lembrança esvaída,
À minha memória de hoje Subitamente...
Seu efémero arrepio
Ziguezagueia, ondula, foge,

Pela minha retentiva...
-
E não poder adivinhar

Por que mistério se me evoca

Esta ideia fugitiva,

Tão débil que mal me toca!...

-Ah, não sei porquê, mas certamente

Aquele raio cadente

Alguma coisa foi na minha sorte

Que a sua projecção atravessou...
Tanto segredo no destino de uma vida...

É como a ideia de Norte,
Preconcebida,

Que sempre me acompanhou...


-Mário de Sá Carneiro ( Dispersão)-

Convite da Loucura

Love by John Everett Millais

"A Loucura resolveu convidar os amigos para tomar um café na sua casa. Todos os convidados apareceram. Após o café, a Loucura propôs:
- Vamos brincar às escondidas?
- Escondidas? O que é isso? - perguntou a Curiosidade.
- Escondidas é uma brincadeira. Eu conto até cem e vocês escondem-se. Quando terminar de contar, eu vou procurar, e o primeiro a ser encontrado será o próximo a contar.
Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça.
-1,2,3,... - a Loucura começou a contar.
A Pressa escondeu-se primeiro, num lugar qualquer. A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore. A Alegria correu para o meio do jardim. Já a Tristeza começou a chorar, pois não encontrava um local apropriado para se esconder. A Inveja acompanhou o Triunfo e escondeu-se perto dele debaixo de uma pedra. A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam-se escondendo. O Desespero ficou desesperado ao ver que a Loucura já estava no noventa e nove.
- CEM! - gritou a Loucura. - Vou começar a procurar...
A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não aguentava mais pois queria saber quem seria o próximo a contar. Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados ficar para melhor se esconder. E assim foram aparecendo a Alegria, a Tristeza, a Timidez...
Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou:
- Onde está o Amor?
Ninguém o tinha visto. A Loucura começou a procurá-lo. Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do Amor aparecer. Procurando por todos os lados, a Loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente ouviu um grito. Era o Amor, gritando por ter furado o olho com um espinho. A Loucura não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e até prometeu segui-lo para sempre. O Amor aceitou as desculpas.
Hoje, o Amor é cego e a Loucura acompanha-o sempre."


Autor anónimo.

Pink Floyd "Shine On You Crazy Diamond"


Num deserto sem água
Numa noite sem lua

Num país sem nome

Ou numa terra nua


Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.


-Sophia de Mello Breyner-

Todos os dias agora acordo com alegria e pena.
Antigamente acordava com sensação nenhuma: acordava.

Tenho alegria e pena porque perco o que sonho

E posso estar na realidade onde está o que sonho.

Não sei o que hei de fazer das minhas sensações,

Não sei o hei-de ser comigo.

Quero que ela me diga qualquer coisa par eu acordar de novo.

Quem ama é diferente de quem é.

É a mesma pessoa sem ninguém.


-Alberto Caeiro-



Cheguei à janela,
Porque ouvi cantar.
É um cego e a guitarra

Que estão a chorar.


Ambos fazem pena,
São uma coisa só
Que anda pelo mundo

A fazer ter dó.

Eu também sou um cego
Cantando na estrada,

A estrada é maior

E não peço nada.


-Fernando Pessoa-


Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício

Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição

Entre nós e as palavras, surdamente,
as mão e as paredes de Elsinore

E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmos só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar

-Mário Cesariny de Vasconcelos-

Há-de flutuar uma cidade

há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho
da noite os dias lentíssimos... sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão

(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)

um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade

-Al Berto-

Melancholia


The history of melancholia
includes all of us.


-Charles Bukowski-

Leonardo da Vinci (Mozart's Requiem)


Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando —
a delimitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco.

Mário Cesariny

Soneto XLIV

Se minha carne fosse pensamento
A distância jamais me reteria;

Apesar dos espaços, em um momento,
E bem longe, a ti eu chegaria.

Que importa onde meu pé pudesse estar,
Em que terra de ti tão afastada ?

O pensamento salta terra e mar
Só de pensar na terra desejada.

Morro ao pensar que não sou pensamento,
E que sonhar distâncias não consiga;

Sou feito de água e terras, os elementos
Que ao tempo ocioso e à minha dor me obrigam.

De lentos elementos me resigno,
A ter somente as lágrimas, seus signos.

A um dia de verão como hei de comparar-te ?
A um dia de verão como hei de comparar-te ?

Vencendo-o em equilíbrio, és sempre mais amável!
Em maio o vendaval em ternos botões disparte

E o estio se consome em prazo não durável.
Às vezes, muito quente, o olho de céu fulgura,

Outras vezes se ofusca com a sua tez dourada;
Decai da formosura, é certo, a formosura,

Pelo tempo ou o acaso é enfim desadornada:
Mas teu verão é eterno, e não desmaiará,

Nem hás de a possessão perder tua beleza,
Vagando em sua sombra, o fim não te verá,

Pois neste verso eterno ao tempo, tu te igualas:
Enquanto o homem respire, e os olhos possam ver,
Meu canto existirá, e nele hás de viver.

-Shakespeare-
Y aún me atrevo a amar
el sonido de la luz en una hora muerta,
el color del tiempo en un muro abandonado.

En mi mirada lo he perdido todo.
Es tan lejos pedir. Tan cerca saber que no hay.

-Alejandra Pizarnik-
Eu cantei este amor sem que soubesses.
Falei de ti com as palavras mais limpas,
viajei (sem que soubesses) no teu interior.
Fiz-me degrau para pisares, mesa para comeres,
tropeçavas em mim e eu era uma sombra
ali posta para não reparares em mim.

Andei pelas praças anunciando o teu nome,
chamei-te barco, flor, incêndio, madrugada.
Em tudo o mais usei de parcimónia
a que me forçava aquele ardor exclusivo.

Hoje os versos são para entenderes.
Reparto contigo um óleo inesgotável
que trouxe escondido aceso na minha lâmpada
brilhando (sem que soubesses) por tudo o que fazias.

-Fernando Assis Pacheco-
C'est tellement mystérieux le pays des larmes...

Antoine de Saint-Exupéry

Claude Monet


Somos folhas breves onde dormem
aves de silêncio e solidão.
Somos só folhas ou o seu rumor.
Inseguros, incapazes de ser flor,
até a brisa nos perturba e faz tremer.
Por isso a cada gesto que fazemos
cada ave se transforma noutro ser.

Eugénio de Andrade ( Poesias-1945-1965)

Sorry Seems to Be the Hardest Word - Dee Dee Bridgewater


Só conhecia a versão do Phil Collins, mas devo dizer que esta versão interpretada por Dee Dee Bridgewater é...simplesmente...fantástica.

Luciano Pavarotti sings "Caruso"

Moon River

GOSTO DE TI

Eva Cassidy - over the rainbow

Carole King - So Far Away



And all that's left is loving you forever

Now and forever, i will always think of you...

i will always love you

If I died today would anyone attend my funeral ? Would anyone really care if I died ? If I die tomorrow would anyone weep in sorrow ? The people I know, would they cry over me or would they simply forget I was even here ? They say roses are red. They say dreams come true. Tell me why they never come through for me. Why do roses turn black at the slightest touch of my hand ? People tell me I'm traveling the wrong path that I'm lost and confused that I should listen to the ones who knew best for me. If I died today would it rain or would it shine ? Would people care that I'm gone ? Would there be someone who longed to hear my voice ? If I die tomorrow would anyone shed a tear over me ? Would anyones heart suffer in grief or would there just be an endless sigh of relief for my life that's no more ? If tomorrow never comes for me would anyone shed a bitter tear of sorrow over me ? If roses are red why are they black to me ? Sorry for your time I wasted. I aint looking for your pity. Just tell me If I died today would anybody cry for me ? If I die tomorrow would you care ? Would anybody care if I died today ? The end is always near !

~ Todd Eric Johnson 1994~

Saudade

Centenário do nascimento de Miguel Torga


"O HOMEM é, por desgraça, uma solidão:
Nascemos sós, vivemos sós e morremos sós."


Miguel Torga

Monet - Woman with a Parasol

I Grieve

"Dance Me To The End of Love" Leonard Cohen



Linda esta música...

If you dont know me by now

WILD IS THE WIND - DAVID BOWIE


"Wild Is the Wind" foi escrita por Dimitri Tiompkin e Ned Washington. Esta música foi inicialmente gravada por Johnny Mathis para a banda sonora do filme Wild Is the Wind, e mais tarde por Nina Simone no seu album Wild Is The Wind (1966).

David Bowie gravou uma versão da mesma em 1976, no album Station to Station. (Bowie era um grande admirador de Nina Simone, e do estilo dela e, após tê-la conhecido em Los Angeles, inpirou-se para gravar esta música e inclui-la no album Station to Station).




Adoro esta música.



Uma das minhas músicas preferidas de David Bowie.

innermost door

words don't come easy

Não queria lembrar

Faz hoje anos, hoje lembrei-me e não queria, não quero lembrar nunca o que aconteceu no dia de hoje há vinte e um anos.
Dia triste, cinzento, chuvoso pelas lágrimas que escorriam pelo meu rosto, descontroladas, imparáveis. A lágrima nunca mais secou...
Avó, faz-me tanta falta, tanta mesmo. Eu sinto todos os dias a sua presença, mas eu queria sentir a presença fisica. Tenho saudades do seu colinho, do seu aconchego, da paz que me transmitia...de si, sempre. Ainda hoje ouço a sua voz cantando...ainda me lembro da sua voz...jamais a esquecerei.
"A minha netinha", era esta a expressão que usava quando falava de mim.
Senti uma revolta enorme quando partiu para o além. Ainda sinto.
Já não posso mais adormecer no seu regaço, não posso mais sentir os seus afagos...
E hoje lembrei-me, e não queria...
BEIJO DE SAUDADES.

I MISS YOU

E O SONHO?

O SONHO...

Foi-me vedado o direito a sonhar.

Não obstante isso, continuo a sonhar, embora saiba que não passa disso mesmo, o meu sonho (que queria real).

Jamais deixarei de sonhar, afinal, o sonho comanda a vida e a esperança jamais morrerá.

Preciso de ti para ser eu, mas tu não precisas de mim para ser luz.

És o sol e não simplesmente uma estrela.

És o sol que alimenta a vida. Eu sou simplesmente a lua à espera daquele momento único para estar contigo por breves momentos que eternizo e ficam comigo.

Momentos que me dão alento e me permitem continuar a sonhar e a ter esperança que um dia o sol e a lua passarão a existir e a brilhar intensamente como um único corpo celeste para sempre.

E o sol é tu, a lua sou eu.

SONHOS

Desde há quase dois anos que tenho tido sonhos ao mesmo tempo angustiantes, ao mesmo tempo alegres, confortantes, e tristes (mistura de sentimentos e sensações).
O sonho é sempre com a mesma pessoa, a minha Avó, falecida, não tarda, há dois anos. Esta noite estava doente e sofria...e eu sofria com a sua dor e com a sensação de impotência por nada poder fazer para aliviar a sua dor. Desesperante sentir alguém que amamos sofrer tanto e nada podermos fazer para a ajudar.
Mas nem sempre sonho com ela doente, a sofrer. Noutros sonhos ela está comigo, conversa comigo, é minha amiga e eu dela...como me faz lembrar os momentos em que, em vida dela, nos sentavamos as duas em casa dela e riamos, conversavamos, havia uma grande cumplicidade entre as duas...Que saudades sinto desses momentos. As saudades que sinto dela...Faz-me falta. Talvez por isso me visita em sonhos.
Será que me quer transmitir uma mensagem? Ou quer apenas dizer-me "Estou longe, mas estou a teu lado, continuo a pensar em ti...". Não sei, mas só sei que eu estou aqui e continuo a pensar e a estar com ela, e...tenho saudades.
"O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição."

- Aristóteles -

Hurts to Be In Love

True Love Never Ends

Não sou a única a dizê-lo


"Muitas pessoas se apaixonam muitas vezes na vida. Mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar sem deixá-lo acontecer verdadeiramente."

- Carlos Drummond de Andrade -

ONDE ESTÁS????????


Não estás...Onde estás????

ÉS A MINHA VIDA

AMAR, AMAR, AMAR

AMOR,

Dizes-me para encontrar outra pessoa para com ela construír a minha vida. Mas esqueces-te que a minha vida és tu meu amor.
A verdade é que este amor que sinto por ti está bem vivo dentro de mim, e vai continuar bem à flor do meu coração.
Ponho-me a ouvir música infindável que me toca bem cá dentro e o meu pensar é só em ti. As minhas lágrimas dançam ao som da música, deslizando na minha face. Levanto-me, bem no auge desta música, desesperada dou murros bem fortes nesta parede oca, que me deixa a pensar que é o som que saído do meu coração, que sem ti, simplesmente, está vazio.
O amor que sinto por ti é tudo o que carrego dentro de mim; És a razão que me faz lutar.
Amo-te! És a minha fonte de inspiração que nunca seca. És a luz dos meus dias.
Amo-te! É por ti que acordo todos os dias e é por ti que adormeço todas as noites, na esperança de realizar nos sonhos, aquilo que me foge por entre os dedos nesta realidade assustadoramente má.
Amo-te! Passeias sem descanso na tela do meu pensamento e habitas todo o espaço existente no meu coração. É por ti que o meu coração toca esta música triste e é por ti que os meus olhos choram baixinho, quando à noite a solidão me bate à porta e eu a deixo entrar.
Amo-te! E é por isso que vivo. É por isso que aceito sofrer desta maneira e que caminho sem descanso à procura de uma esperança que me iluda, ao ponto de pensar que um dia vamos ficar juntos. É por te amar que luto todos os dias contra esta tristeza, que se abateu sobre mim, e não me rendo. É por te amar que sou capaz de ir até ao fim do mundo.
Amo-te!
Ouço a tua voz, ouço-te cantar, ouço-te sorrir (que sorriso lindo tu tens), vejo os teus lindos olhos verdes, sinto o teu corpo e amo-te na presença constante da tua ausência. Olho pela janela a rua...vejo o teu carro estacionado, volto a olhar...e a tristeza abate-se sobre mim, afinal não está lá...afinal foi alucinação minha. Enlouqueço...
Pego num pedaço de papel e começo a escrever, não consigo! Qualquer coisa que consiga dizer resume-se a: “Amo-te”.
Amo-te...e não me canso de o dizer e de gritar ao mundo o quanto te AMO JAVMC.

Paula

AMOR VERDADEIRO

"I believe there is a place where the restless souls wander. Burdened by the weight of their own sadness, they cannot enter heaven.... And so they wait, trapped between our world and the next, endlessly searching for a way to rid themselves of their pain- in the hope that somehow, someday they will be reunited with the ones they love. If two people really love each other, nothing can keep them apart."

"Real love is forever."

"If the people we love are taken from us, the way they live on is to never stop loving them.Buildings burn, people die, but real love is forever."

Estas citações, retiradas de um filme que gosto especialmente - O Corvo - , reflectem aquilo que sinto...quando duas pessoas se amam verdadeiramente, nada as pode separar. O próprio filme retrata o amor entre um homem e uma mulher, separados brutalmente pela morte, mas que, ainda assim, não deixam de lutar pelo amor que os une, acabando por se reunirem lá no alto do céu...para lá da morte, para a eternidade. O amor verdadeiro dura para sempre.

Paula

Nem a Morte

Houve um momento entre nós
Em que a gente não falou.
Juntos, estávamos sós.
Que bom é assim estar só!

(....)

Se morrendo eu acabar
E nada restar de mim,
Não te esqueças de lembrar
Que só te esqueci assim.

- Fernando Pessoa -

Contrariamente ao que diz este poema de Fernando Pessoa, nem a morte me vai fazer esquecer-te. o meu amor por ti vai para além da morte. E Tu, estarás sempre comigo, mesmo na morte e para além da morte.
Porque um amor verdadeiro não se esquece, não morre com a pessoa física...se morre, não é amor...e o que eu sinto por ti é AMOR.
Por isso, estarás sempre comigo, porque o meu amor é verdadeiro e eterno.

Paula



Beverly Craven- Promise me

Pat Metheny Group - The Truth Will Always Be

TI AMO

Without You



NÃO CONSIGO...as forças escasseiam


O silêncio, um quarto vazio e impessoal, a luz apagada... A luz tende a aparecer, mas não passa de imaginação... A doce ilusão de te ver ... de te sentir... de te ter a meu lado.
A ansiedade cresce e toma formas de saudade e desespero. Choro um silêncio chamado solidão. Uma solidão que sinto e que me transforma. Uma solidão que me corta, Que me fere o corpo e alma, Que me enfraquece os movimentos, a pele e a mente...
Vivo em esperança! E essa incentiva-me a viver, a respirar, a sentir...
Vivo no silêncio, apenas partido por gritos de dor, que antes eram de felicidade.
Viver sem amor é como um pássaro sem asas, existe mas não pode almejar voar.
Amor! Não é preciso asas para voar, não é preciso muito para saber sonhar...
Espero-te!

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