Noite
terça-feira, 25 de setembro de 2007
As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.
Todos os rumores são postos em surdina,
todas as luzes se apagam.
Há um grande aparato de câmara funerária
na paisagem do mundo.
Os homens ficam rígidos,
tomam a posição horizontal
e ensaiam o próprio cadáver.
Cada leito é a maquete de um túmulo.
Cada sono um ensaio de morte.
No cemitério da treva
tudo morre provisoriamente.
-Menotti del Picchia-